Morte silenciosa do Windows e o Avanço da Concorrência em 2025

A Morte silenciosa do Windows e o Avanço da Concorrência em 2025

Com a previsão de fim de suporte para o Windows 10 em 2025, a Microsoft caminha para a extinção do Windows.

Nos últimos anos, a popularidade do Windows tem demonstrado um declínio notável. Com a previsão de fim de suporte para o Windows 10 em 2025, muitos começam a questionar: será que o Windows está realmente caminhando para a sua extinção? A resposta, embora não definitiva, parece apontar para um cenário de transformação, com novos sistemas operacionais ganhando força e alterando o panorama da computação pessoal e corporativa.

Ao longo de 15 anos, o sistema operacional da Microsoft perdeu terreno para novos concorrentes como o macOS da Apple, Chrome OS do Google, e até mesmo o Linux, que têm ganhado força em nichos específicos, como no mercado educacional e corporativo.

Embora ainda mantenha uma liderança global, o declínio contínuo na participação do sistema operacional revela um cenário de constante transformação tecnológica e o crescimento da popularidade do macOS, Linux e Chrome OS.

O Fim do Windows 10: Um Ponto de Ruptura?

Em 14 de outubro 2025, a Microsoft pretende encerrarar oficialmente o suporte para o Windows 10, um dos sistemas operacionais mais utilizados no mundo. Muitos usuários ainda permanecem com o Windows 10 em suas máquinas, principalmente em dispositivos mais antigos, e a transição para o Windows 11 não é uma tarefa simples, embora a Microsoft ofereça atualização gratuita para o mesmo. O Windows 11 exige requisitos de hardware mais elevados, como o TPM 2.0, o que dificulta a instalação em máquinas mais antigas, ainda que funcionais.

Esse movimento por parte da Microsoft, embora tenha como objetivo a modernização do sistema, pode ser visto como um erro estratégico. Ao forçar os usuários a migrarem para novos dispositivos ou a atualizarem seus computadores para suportar os requisitos do Windows 11, a empresa pode estar contribuindo para o aumento do lixo eletrônico, especialmente em mercados emergentes como o Brasil, onde o custo de hardware é elevado e o poder aquisitivo, limitado.

Neste cenário, o Linux pode se apresentar como uma alternativa atraente. Várias distribuições Linux são mais leves e podem funcionar perfeitamente bem em máquinas com processadores mais antigos, sem exigir os mesmos recursos que o Windows 11. Para aqueles que não querem se afastar dos seus computadores, o Linux pode ser a solução ideal, com o benefício de não depender das estratégias de mercado da Microsoft.

A Ascensão do Linux e Outras Alternativas

Enquanto a Microsoft busca consolidar o Windows 11 como a nova versão de seu sistema operacional, outras alternativas começam a ganhar popularidade. O Linux, por exemplo, é uma das alternativas mais atraentes para usuários de máquinas mais antigas ou para aqueles que buscam uma opção mais leve e flexível. Além disso, o Linux é uma plataforma gratuita, o que representa uma grande vantagem para empresas e usuários que não querem pagar pelas licenças do Windows.

O Linux já tem uma longa história, sendo amplamente utilizado em servidores e sistemas embarcados, como os encontrados em dispositivos Android. No entanto, a grande vantagem do Linux nos últimos anos tem sido sua evolução para suportar jogos e aplicativos modernos. Em 2025, com a crescente popularidade de distribuições como o SteamOS, o Linux pode se tornar uma plataforma cada vez mais viável para gamers. A Valve, com seu dispositivo Steam Deck, está ajudando a consolidar essa tendência.

Além disso, o Chrome OS da Google também vem ganhando terreno, principalmente entre usuários que buscam um sistema mais simples e focado na nuvem. O Chrome OS, baseado no Linux, é especialmente eficiente em dispositivos de baixo custo, o que o torna uma excelente escolha para ambientes educacionais e para aqueles que precisam de um sistema básico para tarefas como navegação na web e edição de documentos.

Apple Lidera na Arquitetura ARM desde 2020

Outro fator que contribui para a queda do Windows é a crescente popularidade dos dispositivos Apple, que utilizam chips ARM desenvolvidos pela própria empresa. A Apple, com seus novos processadores chips, conquistou o mercado com uma proposta de eficiência energética e desempenho superior. Isso, combinado com o macOS, um sistema fechado e otimizado, tem atraído cada vez mais usuários.

A Apple tem mostrado que é possível ter um desempenho excepcional e baixo consumo de energia com chips ARM, o que coloca a Microsoft em uma posição desafiadora. Os chips ARM estão se tornando uma alternativa viável para PCs, e isso pode representar uma ameaça ainda maior para o Windows, que tradicionalmente depende de processadores x86 da Intel e AMD.

ARM é uma arquitetura de processadores projetada para ser energeticamente eficiente, e usada em dispositivos móveis, como celulares e tablets, e em outros dispositivos, como consoles de videogame, automóveis e televisores.

Embora a Microsoft esteja apostando forte na arquitetura ARM e aprimorando cada vez mais o Windows 11 para essa versão, a Apple lidera no segmento desde 2020 com os chips M1, M2, M3 e M4 que impressionam não só pela eficiencia energética, como pelo desempenho dos softwares que estão cada vez mais rápidos. Já o Windows ainda precisa usar o emulardor Prism para conseguir rodar aplicativos feitos para processadores x86 em computadores com chips ARM.

Para saber mais sobre os mais recentes lançamentos do Windows ARM, assista o vídeo do meu amigo Fabio Moura, que explica bem os diferenças entre Windows ARM e x86.

Além disso, a Apple tem dominado especialmente os Estados Unidos, com uma fatia superior a 30% do mercado, enquanto o Windows perdeu mais de 40% de sua participação. Isso levanta uma questão crucial: o que aconteceu para o Windows perder seu posto de destaque? A resposta pode estar relacionada a uma série de inovações que começaram a desviar os usuários do sistema operacional da Microsoft, como o fenômeno dos smartphones, tablets e novas abordagens em hardware.

O Futuro dos Sistemas Operacionais: Mobilidade e Flexibilidade

O futuro da computação pessoal parece estar em um ponto de convergência, onde os dispositivos móveis assumem um papel central. A transição para smartphones e dispositivos móveis como a principal plataforma de computação é uma realidade cada vez mais palpável. Muitos usuários já não veem necessidade de um PC tradicional em casa, já que seus smartphones têm capacidade de executar tarefas de produtividade, como edição de textos, planilhas e até mesmo tarefas mais avançadas com o uso de acessórios como teclados e mouses.

Há muitos anos que praticamente todo mundo possuí um aparelho celular, porém muitas pessoas deixaram de ter computadores desktops depois que os celulares se tornaram mini computadores pessoais. Os celulares estão Dominando o Mercado.

Com isso, a Microsoft perde terreno no mercado móvel, especialmente após o fracasso do Windows Phone e do Windows Mobile. Embora a empresa tenha tentado se reerguer com o lançamento do Windows 8, que buscava adaptar o sistema para desktops e dispositivos móveis, o fracasso foi estrondoso. A Apple e o Android dominaram o mercado de smartphones, e a Microsoft ficou para trás nesse segmento.

No meu ponto de vista, a tendência dos PC´s com grandes gabinetes é ir acabando aos poucos. Não que isso vá acontecer tão rápido, porém já existe a muito tempo tecnologias que transformam smartphones em estações de trabalho. Um exemplo é o Samsung DeX, que transforma os celulares da linha S em desktops, e por sinal, funcionam muito bem dependendo de qual for o propósito do usuário.

Windows Mobile, Windows Phone e Windows 10 Mobile fracassaram

A Microsoft lançou o Windows Mobile em 2003 e o Windows Phone em 2010. O Windows Mobile foi o primeiro sistema operacional móvel da Microsoft. O Windows Phone foi lançado para substituir o Windows Mobile. 

Em novembro de 2015 a Microsoft lançou o Windows 10 Mobile, porém o projeto também não deu certo e foi descontinuado em dezembro de 2019 junto com o Windows Phone.

O Microsoft não conseguiu atrair desenvolvedores de aplicativos para criar um ecossistema. O Android e o iOS já dominavam o mercado quando o Windows Phone foi lançado. As mudanças de SDK fizeram com que muitos desenvolvedores tivessem que descartar o código dos seus aplicativos. A Microsoft perdeu o timing para lançar o Windows Phone, já que o Android e o iOS já eram muito fortes. 

A Inovação que Falhou: O Caso do Windows 8

Em uma tentativa desesperada de inovar e adaptar-se ao futuro, a Microsoft lançou o Windows 8 em 2012. A ideia era transformar o Windows em um sistema operacional que atendesse tanto aos desktops quanto aos dispositivos móveis, com uma interface focada em telas sensíveis ao toque. No entanto, a mudança foi um desastre. A interface radicalmente diferente e a remoção de elementos familiares, como o tradicional menu Iniciar, irritaram os usuários. Embora o Windows 8 tenha sido projetado para dispositivos móveis, os usuários de desktop não se adaptaram bem.

Além disso, a falta de uma adaptação eficiente por parte de parceiros como a Intel, que não tinha chips preparados para os novos dispositivos, e a lentidão dos desenvolvedores de aplicativos em ajustar seus produtos, contribuíram para o fracasso do sistema.

Linux: A Solução para Empresas e Usuários Pessoais?

Uma das questões mais debatidas é se o Linux pode se tornar uma solução viável para empresas que tradicionalmente utilizam o Windows. A mudança para o Linux, especialmente em ambientes corporativos, pode ser um grande desafio cultural, já que muitos usuários estão acostumados com o Windows e o pacote Office. No entanto, o Linux já oferece alternativas gratuitas e de alta qualidade para muitas das ferramentas que as empresas precisam, como o LibreOffice e o Google Docs, além de ser uma plataforma robusta e segura para servidores.

Com o fim do suporte ao Windows 10 se aproximando e o alto custo para migrar para o Windows 11, muitas empresas podem começar a considerar o Linux como uma opção mais viável. O uso de sistemas operacionais gratuitos e de baixo custo pode representar uma economia significativa, especialmente em mercados com orçamentos mais restritos.

Jogos e Linux: A Revolução no Suporte a Títulos

Em 2025, os jogos também devem se tornar mais acessíveis para os usuários de Linux, com mais de 17.000 jogos agora verificados ou jogáveis na plataforma Steam. Isso é uma vitória significativa para o ecossistema de Linux, pois significa que cada vez mais jogos populares estão chegando à plataforma, oferecendo mais opções para quem quer jogar no Linux.

Apesar de ainda haver desafios, como o suporte limitado de alguns jogos com anti-cheats de nível kernel, a Valve e outras empresas estão trabalhando para resolver esses problemas. Já vimos avanços no suporte a ferramentas como Proton e Wine, o que possibilita a execução de muitos títulos de Windows no Linux.

A Valve e o Sucesso do Steam: O Impacto no Linux

Não podemos falar sobre o futuro do Linux sem mencionar a Valve e sua contribuição com o SteamOS. A Valve tem se empenhado em promover o Linux como plataforma de jogos, com o Steam Deck, um console portátil baseado no Linux, se tornando um grande sucesso. Em 2025, é possível que a Valve continue a expandir seus planos para o Linux, criando novos dispositivos e parcerias, o que, por sua vez, impulsiona o uso do Linux por mais usuários.

Além disso, a Valve recentemente anunciou um documento com novas diretrizes para a marca Steam, indicando que a empresa está considerando expandir ainda mais suas ofertas no mercado de hardware. Se isso se concretizar, mais dispositivos podem ser lançados com o SteamOS pré-instalado, ampliando a base de usuários de Linux.

A Esperança no Futuro: A Inteligência Artificial e os Chips ARM

Apesar de todos os erros e tentativas frustradas ao longo dos anos, a Microsoft ainda tem um grande potencial de recuperação, principalmente se focar em dois fatores: chips de baixo consumo e Inteligência Artificial (IA). Com a crescente popularidade dos chips ARM, a Microsoft começou a adaptar o Windows 11 para trabalhar com esses novos processadores, oferecendo um desempenho mais eficiente, especialmente para dispositivos móveis e notebooks.

Além disso, a Microsoft tem investido pesadamente em Inteligência Artificial, integrando IA em seus produtos e serviços. A parceria com a OpenAI, a criação de assistentes pessoais como o Copilot e o aprimoramento de ferramentas como o Microsoft Design AI mostram que a Microsoft está à frente na integração de IA em seu ecossistema. Se essa tendência se consolidar, pode ser o impulso necessário para recuperar sua posição no mercado.

Conclusão: O Windows Está Realmente Acabando?

A morte silenciosa do Windows ainda está longe de ser uma realidade definitiva, mas é claro que a Microsoft enfrenta desafios significativos. A ascensão do Linux, Chrome OS e macOS, além da popularização dos chips ARM, indica que os sistemas operacionais estão se transformando. A computação móvel e o surgimento de novas tecnologias também devem alterar a forma como pensamos sobre desktops e laptops no futuro.

Embora o Windows continue sendo amplamente utilizado, é possível que, no longo prazo, ele perca relevância à medida que novos sistemas operacionais mais leves, mais baratos e mais eficientes ganhem espaço. A Microsoft terá que se adaptar a essa nova realidade, apostando em inovação, flexibilidade e talvez até desenvolvendo suas próprias soluções de hardware, caso queira continuar competitiva nesse cenário de constante mudança.

Se você ainda está em dúvida sobre qual sistema operacional escolher para o futuro, uma coisa é certa: o panorama está mudando, e novas alternativas estão emergindo para atender às necessidades dos usuários modernos. O Windows pode não estar indo embora imediatamente, mas a revolução tecnológica está em pleno andamento.

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